Ecossistemas educacionais e ecologia da informação
- carolvieiraeditora
- 13 de abr. de 2019
- 2 min de leitura
Em um momento em que muitos dos padrões estabelecidos na área da educação há séculos são questionados e os recursos tecnológicos nos permitem uma infinidade de novas possibilidades na arte de aprender e ensinar, é preciso mudar olhar e compreender a existência de novos ecossistemas educacionais.
Assim como novas formas de se relacionar, pensar, trabalhar, comprar, entre outros foram se estabelecendo de acordo com os avanços científicos, tecnológicos e sociais da humanidade, também novas formas de aprender surgiram. Dispomos hoje daquilo que denominamos ecossistemas digitais de aprendizagem.
Mas, afinal, o que significa um ecossistema digital? Pensando no conceito biológico de ecossistema, que se refere à relação de interdependência entre os seres vivos e o seu meio ambiente, transpomos isso para o meio digital, em que temos os ambientes de interação digital, como “espécies digitais” os smartphones e os notebooks, por exemplo, e a relação estabelecida entre o ser humano com estes recursos.
Para compreender melhor a estrutura de um ecossistema digital de aprendizagem, segundo o Prof. J. António Moreira, da Universidade Aberta de Portugal, precisamos visualizar que sua composição é “ a) uma taxonomia de conteúdos partilhada; b) sistemas de gestão de aprendizagem (LMS — Learning Management Systems); c) sistemas de gestão de conteúdos de aprendizagem (LCMS — Learning Content Management Systems); d) repositórios de objetos de aprendizagem; e) sistemas de integração e gestão de fluxo de trabalho (workflow); f) motores de avaliação (Assessment Engine); g) motores de simulação e jogos (Game Engine); h) ferramentas de colaboração e discussão; e i) elementos de suporte e orientação.”
Portanto, posto este conceito, é preciso atentar para outro ponto importante desse pensamento: a ecologia da informação. A ecologia da informação, neste contexto, baseia-se, principalmente, na ideia de open access e open learning, ou seja, na informação aberta. Felizmente, embora não em escala suficiente para atender a maioria da população, o movimento de compartilhar conhecimento nos ecossistemas digitais já é bastante representativo, seja de forma informal (tutoriais, vídeos, blogs) ou formal (universidades abertas).
Dessa forma, é possível considerar que nosso momento de reflexão e pesquisa sobre educação passa, obrigatoriamente, pelos conceitos de ecossistemas digitais e suas formas de funcionamento (em constante transformação) e pela difusão da cultura de abertura e democratização do conhecimento.

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